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VII Caminhada dos Cravos celebra 45 anos da Liberdade de Portugal

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No próximo domingo, 28 de abril, nosso mandato realiza a VII edição da Caminhada dos Cravos, um cortejo no Campo de São Bento homenageando a Revolução Portuguesa e reivindicando a atualidade dos valores de abril. A caminhada, acompanhada de um ato político, começa às 12h, com saída do Coreto. A partir das 13h, nos juntaremos à Festa dos Cravos que acontece no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, com intervenção cênica, música brasileira e lusófona, roda de samba, poesia e convidados especiais.

“Em um momento de recrudescimento do fascismo e da intolerância no Brasil e no mundo, mais do que nunca precisamos recordar e nos inspirar nos valores de abril e na Revolução Portuguesa, que em sua dimensão afetiva e generosa segue sendo inspiração decisiva para socialistas, humanistas, democratas e progressistas em todo o mundo”, explica Giordano.

Homenagens na Câmara

A Câmara Municipal aprovou, nesta quarta-feira (24), três Moções de Aplausos propostas pelo nosso mandato a figuras portuguesas de destaque na cidade, dentre elas o fundador do Caneco Gelado do Mario, Mário Martins. O bar/restaurante, que fica no Centro, é comandado há 50 anos pelo português conhecido e admirado pelos fregueses, amigos e frequentadores do local. “Seu Mário” costuma cumprimentar os clientes nas mesas e, não raro, ele mesmo prepara os pratos. A especialidade da casa são os peixes e frutos do mar.

Outro homenageado pela Casa Legislativa, Marcelo Alves é dono do bar e restaurante De Colores, na Ponta da Areia, um dos estabelecimentos mais antigos do bairro, também chamado de Portugal Pequeno devido à forte presença de imigrantes portugueses que se estabeleceram na região. O De Colores foi fundado por Fernando Fernandes, imigrante português que chegou ao Brasil fugindo da guerra colonial que, durante a ditadura de Salazar, obrigava os jovens portugueses a enfrentar os povos africanos em países como Angola e Moçambique. No Brasil, escolheu para viver a cidade de Niterói e o bairro da Ponta da Areia, onde junto a diversos compatriotas, moldou a feição afetiva e cultural da região.

O terceiro homenageado é o morador de Santa Rosa, Mário Seixas Rodrigues, que nasceu em 1939 na cidade de Macieira, antiga freguesia portuguesa do concelho de Sernancelhe. Veio para o Brasil aos 13 anos de idade por causa dos conflitos da guerra e da ditadura de Salazar e se instalou no bairro do Flamengo. Trabalhou como vidraceiro na Casa Santoro, de uma família de italianos e no Banco Francês e Brasileiro, de onde saiu apenas para se aposentar.

45 anos da Revolução dos Cravos

Na madrugada de 25 de abril de 1974, a Rádio Renascença, emissora católica portuguesa, transmitiu a canção Grândola, Vila Morena, do compositor José Afonso. A música era o sinal esperado para que jovens militares do Movimento das Forças Armadas dessem início à Revolução dos Cravos, levante que derrubou uma das mais longas ditaduras do século XX.

Orquestrada por cerca de 200 capitães e majores, o levante, que completa 45 anos nesta quinta-feira (25), pretendia restabelecer a democracia em Portugal, paralisada desde 1933 pelo Estado Novo de António de Oliveira Salazar, que governou o país até 1968, ano em que passou o poder ao seu herdeiro político, Marcello Caetano.

Antes da revolução, partidos e movimentos políticos eram proibidos, e diversos líderes oposicionistas estavam presos ou exilados. Além disso, a imagem das forças de segurança do país já se encontrava bastante desgastada pela duração do regime salazarista e principalmente pela “guerra no ultramar”, que reprimia os movimentos de libertação das colônias que Portugal ainda mantinha na África.

A promessa de democracia foi cumprida: em 25 de abril de 1975, aniversário de um ano da revolução, ocorreram as primeiras eleições diretas em 41 anos. Os socialistas venceram. Um ano depois, também no dia 25, entrou em vigor a nova Constituição do país.

A abertura democrática possibilitada pela Revolução dos Cravos foi significativa para a garantia de direitos civis e políticos. Mas não apenas isso: a Constituição do país assegurou direito à habitação, à previdência social, à saúde, à cultura, à educação, entre outros. Foi também o início de um largo processo de nacionalizações e do fim da guerra colonial.

Na sequência da revolução, foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril, denominado “Dia da Liberdade”.

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