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Festival Vermelho: ato político pede união da esquerda e Lula presidente

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Foto: Bruno Bou Haya

Foto: Bruno Bou Haya

 

´Nós estamos chegando!`, afirma o líder petista no evento de comemoração dos 100 anos do PCdoB; ´É o homem certo para a hora certa`, diz Luciana Santos, presidenta do partido.

Reunidos no ato político Frente Ampla para Florescer a Esperança, do Festival Vermelho, que comemorou em Niterói o centenário do PCdoB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes de diversos partidos de esquerda concordaram neste sábado (26) que é necessária a união das forças progressistas do país para derrotar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições deste ano, tendo Lula como candidato à Presidência da República.

Em seu discurso no Palco da Praça do Povo, após se declarar emocionado em participar da festa de 100 anos do PCdoB – partido que sempre o apoiou nas campanhas presidenciais -, Lula indagou aos milhares de militantes presentes: “Para que eu quero voltar a ser presidente da República? Eu não precisaria voltar, porque, se eu voltar, vou ter que fazer mais e melhor do que da primeira vez”, afirmou. “Temos que reconstruir a soberania nacional, e para isso precisamos de democracia, de ser donos do nosso nariz, de cuidar das nossas fronteiras, das nossas florestas, da nossa biodiversidade. Também significa tomar conta das nossas riquezas minerais, que a Petrobras vai voltar a ser do povo brasileiro, que não vamos deixar privatizar os Correios, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica. Podem se preparar que nós vamos abrasileirar o preço dos combustíveis e do gás de cozinha”, prometeu. “A primeira coisa é colocar o povo pobre no orçamento do Estado. A contrapartida é colocar os ricos no Imposto de Renda, porque eles não pagam.”

O ex-presidente lembrou que será necessário também que os partidos de esquerda elejam bancadas expressivas na Câmara e no Senado. “Se não construirmos uma maioria, vamos ficar fragilizados”, alertou, acrescentando que, depois de eleito, pretende convocar uma reunião com os 27 governadores para discutir um plano de recuperação do país e rediscutir o Pacto Federativo. “O povo vai ter direito a emprego, a saúde, a segurança. Mas só vai ter segurança quando o Estado estiver cumprindo a sua função social. Aí vai diminuir muito a violência”, afirmou o petista.

“Vamos trabalhar dia e noite para fazer o povo voltar a sorrir. Nós temos o direito de ser felizes outra vez. Com o apoio do povo e do PCdoB, o Bolsonaro vai perder. Nós estamos chegando!”, concluiu Lula.

Ao lembrar que o PCdoB foi fundado em Niterói, a presidenta nacional do partido, Luciana Santos, afirmou, dirigindo-se a Lula: “Aqui decidimos anunciar o apoio à sua candidatura porque ela se reveste desse simbolismo: há 100 anos foi fundado aqui o Partido Comunista do Brasil. Esse partido se entrelaçou com a história do Brasil. Não há um só momento de inflexão e de luta por direitos que não tenham a participação do nosso partido. E você, Lula, é o homem certo para a hora certa. Você vai poder olhar para o povo pobre deste país.”

Luciana enfatizou a necessidade de união das forças progressistas nestas eleições. “Temos todas as condições de derrotar o neofascismo e o retrocesso. Mas só conseguiremos isso construindo uma Frente Ampla”, afirmou.

A ex-deputada federal Manuela D´Ávila (PCdoB-RS) disse que a candidatura de Lula representa “o encontro dos nossos sonhos e do nosso projeto de ver o Brasil livre de Bolsonaro, da fome, da miséria”. “Nós entregamos a ele a esperança de que possamos revogar a reforma trabalhista e garantir o emprego. Entregamos a esperança de ver um país que proteja as crianças e as mulheres. Sabemos que, juntos, vamos derrotar Bolsonaro e salvar o país.” Segundo Manuela, o Festival Vermelho significou “celebrar no centenário o passado do PCdoB e manter o sonho e a esperança no futuro”.

A deputada federal Jandira Feghali (PcdoB-RJ), coordenadora do evento, afirmou poder dizer que, após cem anos, com apenas 37 anos do partido na legalidade, “com tantas adversidades, prisão, tortura, perdas, tanta luta, nós vencemos”. “Cem anos de batalhas. São cem anos, não são cem dias. Este palco diz para nós que nós acertamos, muito mais do que erramos. E neste momento temos grandes desafios, e o primeiro deles é tentar fazer com que este país coloque sorrisos no lugar das lágrimas, solidariedade no lugar da individualidade, amor no lugar o ódio, emprego no lugar da fome, desenvolvimento no lugar do atraso, um país altivo no lugar da submissão, e que a gente coloque felicidade na casa do povo brasileiro. É tudo que a gente precisa neste momento, por isso o nome do festival é Floresce a Esperança. Porque a indignação do povo hoje está cunhada nesse sentimento de esperança, porque o povo quer que a gente se una e some forças e que a gente consiga, nessa soma de forças, virar esse jogo.”

No Palco da Praça do Povo estavam presentes também personalidades políticas como Paulo Câmara (governador de Pernambuco pelo PSB), Marcelo Freixo (deputado federal pelo PSB-RJ), Alessandro Molon (deputado federal pelo PSB-RJ), Gleisi Hoffmann (presidenta nacional do PT), Juliano Medeiros (presidente nacional do PSOL), Renildo Calheiros (líder do PCdoB na Câmara dos Deputados), André Lazzaroni (presidente do PV), Lindbergh Farias (vereador do Rio pelo PT), Edmilson Rodrigues (prefeito de Belém pelo PSOL), Vanessa Grazziotin (secretária de Mulheres do PCdoB), Rodrigo Neves (ex-prefeito de Niterói), Leonardo Giordano (secretário municipal das Culturas de Niterói), Adilson Araújo (presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e Bruna Brelaz (presidenta da UNE – União Nacional dos Estudantes).

O Festival Vermelho

O Festival Vermelho – Floresce a Esperança reuniu por dois dias no Caminho Niemeyer, em Niterói, as principais lideranças da esquerda brasileira, artistas e intelectuais, além de representantes de partidos comunistas de vários países do mundo, para comemorar o centenário do PCdoB e debater o atual momento político.

O PCdoB foi fundado há um século, quando nove pessoas se reuniram clandestinamente na cidade de Niterói para fundar um movimento que transformaria para sempre a história política do Brasil. Com um pequeno grupo de trabalhadores, entre barbeiros, eletricistas, sapateiros e alfaiates, que contava também com o jornalista e intelectual Astrojildo Pereira, nascia a Seção Brasileira da Internacional Comunista, o Partido Comunista do Brasil, que logo se espalharia por todo o território brasileiro em um movimento de massas. O primeiro partido nacional do Brasil tem uma história de luta e defesa dos trabalhadores e da soberania do país, marcada por uma intensa e fundamental atuação, sempre em busca da transformação da sociedade para tornar o Brasil um país mais livre, justo e democrático.

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