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Morre o jornalista e escritor Luís Antônio Pimentel

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Na manhã da última quarta-feira, dia 6, morreu, aos 103 anos, o jornalista, escritor, professor e memorialista Luís Antônio Pimentel. Em sua homenagem, o mandato do vereador Leonardo Giordano (PT) protocolou, hoje, a Moção de Pesar 165/2015, direcionada à família do centenário jornalista.

“O brilhantismo de Pimentel está exposto no acervo de suas criações, que se manterão eternamente vivas. Reconhecer seu papel é considerar sua relevância na literatura nacional” – disse o parlamentar, na justificativa da moção.

Pimentel, que exilou-se no Japão durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, era um profundo conhecedor da história de Niterói. Jornalista, participou, naquele país, de um programa de rádio voltado a imigrantes brasileiros.

Nos últimos dias de sua vida, Luís Antônio Pimentel vinha escrevendo numa coluna permanente, no jornal A Tribuna, de Niterói.

Anti-americanista convicto, Pimentel orgulhava-se de nunca ter bebido Coca-Cola na vida – considerada, segundo ele, um símbolo imperialista. Esta e outras histórias foram contadas por um de seus amigos, o jornalista e dirigente do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro, Fernando Paulino:

“Em 2012, por conta do seu aniversário de 100 anos de idade, Pimentel foi enredo do Pauta Quente, bloco dos jornalistas de Niterói, desfilando com seus colegas. O tema era “Carnaval em dose dupla”, lembrando que, em 1912, quando Pimentel nasceu, houve dois carnavais, isto porque o Barão do Rio Branco havia morrido às vésperas do Carnaval oficial. O governo decidiu, então, adiar a folia, passando para outra data. Mas os foliões aproveitaram para fazer carnaval duas vezes no ano”.

Ao retornar do Japão, nos anos 40, o escritor Pimentel trouxe à tiracolo o livro “Namida no Kito”, primeira obra de língua portuguesa traduzida e publicada em japonês. Dentre os 15 livros escritos por ele, destacam-se também “Tankas e haicais” (1935), “Contos do velho Nipon” (1940) e “Cem haicais eróticos e um soneto de amor nipônico” (2004).

Luiz Antônio Pimentel nasceu em 1912, em Miracema (RJ) e mudou-se para Niterói aos cinco anos de idade. Aqui, liderou, em 1989, a vitoriosa luta que levou à implosão do esqueleto do prédio de 13 andares que abrigaria o Palácio da Justiça de Niterói – onde hoje se localiza a Praça da República, em frente à Câmara Municipal, onde foi velado.

“Neste momento de tristeza incomensurável, a Câmara de Vereadores de Niterói se une à dor dos familiares dessa figura preciosa que nos deu a honra de fazer parte da história de nossa cidade. Os votos são manifestos de profundo pesar” – destaca outro trecho do documento protocolado por Leonardo Giordano.

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